Na altura em que a médica me levou para outra sala e me mandou deitar na maca arrependi-me logo de não me ter esquecido do tal sinal.
Não me doía, mas quando a roupa passava nele causava-me alguma impressão...era um daqueles sinais que tem um bocado de carne pendurada. Apesar de ser muito pequeno ainda assim chateava.
Desde sempre fui muito piegas e tudo o que era cortar, pontos, sangue e agulhas dava para eu desmaiar, apenas mudei quando fui trabalhar para a Instituição. O facto de ver ulceras de pressão, pessoas a serem entubadas, dar insulina acabou por fazer com que já não me fizesse impressão. Agora quando a coisa é em mim, já é outra historia...daquelas historias que acabam sempre em lágrimas. Esta não foi excepção.
As minhas perguntas à médica foram: "vai doer?", "a anestesia é com agulha?" "vai demorar muito tempo?"
-Não vai doer e como é tão pequeno nem vale a pena levar anestesia.
Nessa altura já estava também uma enfermeira que ao ver a minha ansiedade me tentou descontrair, mas nada do que dizia fazia o efeito que queria, eu apenas imaginava não só o grau da dor como a forma que aquilo iria ser retirado.
Quando oiço falar em pinça o meu coração saltou ainda com mais força e a minha imaginação começou logo a fazer um filme, neste caso de terror, claro.
Confesso que ainda me passou pela cabeça saltar dali.
-Oh Doutora tem a certeza que não vai doer?
-Não, não vai, apenas agarro o sinal e "pumba".
Aquele "pumba" foi demonstrado como se de um puxão se tratasse.
Naquela altura já estava ela ao meu lado com um aparelho parecido a uma corda com um laço para a apanhar os cavalos.
-Pare, pare Doutora...ai, ai...estou a sentir-me mal...espere...
-Não tenha medo, vai ver que não custa.
As lágrimas corriam, o coração umas vezes batia feito doido e outras acho que já nem o sentia.
Entre a choradeira e o pedido para parar, o sinal foi à vida.
Se eu senti?
Ai, senti sim...uma picadita e um cheiro a carne queimada.
Felizmente a medica e a enfermeira eram uns anjos com muita paciência. "Tadita" de mim se fosse o médico que me consultou, inicialmente!
O próximo post será sobre o "filme" que foi a minha ida ao dentista.
Como aqui http://momentosdisparatados.blogs.sapo.pt/24325.html disse hoje fui a uma consulta de dermatologia no hospital.
Há bastante tempo notei que o sinal que tinha nas costas estava maior e com alguma rugosidade, além de por vezes me dar um ardor e comichão. Não dei importância ao caso, mas numa consulta de rotina e porque nessa altura sentia mais ardor comentei com a medica de família. Embora tenha achado que não seria nada preocupante marcou consulta no hospital (felizmente que a coisa agora é automática). Segundo ela demoraria uns meses e assim foi.
Ao activar a consulta quando cheguei tive logo uma surpresa...além dos 7,50 € ainda tinha uma divida de cerca de 17 €. De olhos bem arregalados para a maquineta vejo varias datas, de 1999, 2000, 2001 e .....
Perguntei ao Sr. voluntario que "raio" era aquilo. Segundo ele, eu teria ido ao hospital nessas alturas e não teria pago as taxas.
Mas como é que agora vou saber se fui ou não?
E porque só passados estes anos todos é que me pedem?
Ah já sei...na altura o país era rico e agora está afundado, logo todos os cêntimos são preciosos.
Não paguei...vou aguardar.
Para ajudar a ficar mais bem disposta entro no consultório e encontro um medico com cara de poucos amigos. Confesso que tenho algumas duvidas que me tenha dito bom dia. Num gesto faz-me sinal para me sentar e quando lhe falo do sinal nas costas faz-me um gesto para levantar a camisola.
Estava impressionada com a simpatia daquele homem!
Finalmente diz-me mais do que duas palavras. "este sinal não tem problema, mas com este já tem de se preocupar."
Fiquei à espera que me informasse dos cuidados que deveria ter, como não disse acabei por lhe perguntar " Tenho de ter atenção à cor, forma e tamanho?"
Como resposta "sim".
Em menos de 5 minutos estava despachada e ao pé da porta quando me lembrei de lhe mostrar um sinal outro sinal que que fazia alguma impressão, especialmente quando a roupa passava nele.
" Esse não tem problema, mas se lhe faz impressão podemos retirar".
Ainda no consultório do médico, chega uma mulher que eu achei que era enfermeira, mas que depois confirmei que era medica e ele diz-lhe "é para retirar".
Ela, claro só lhe podia perguntar " "retirar o quê?"