Acordei a pensar que tenho de fazer algo por mim, ou melhor pela minha saúde.
Isto de passar parte da noite acordada a pensar em problemas que podem não existir, pensar no trabalho, pensar que este ou aquele precisa da minha ajuda, pensar que há pais que não merecem ser pais e pensar que amanhã tenho isto e aquilo para fazer tem de acabar.
Tenho a cabeça pesada e parece que fui atropelada por um camião. Não que alguma vez tenha sido (felizmente), mas imagino que doa o corpo todo.
Como não tenho nenhum botão para desligar estes meus estados quase diários vou ter de colocar metas.
Sim, porque mudar não vai ser tarefa fácil, eu diria até que me parece uma tarefa impossível.
Para o resto do mês preciso de conseguir:
-Descontrair e viver a vida sem stress;
-Deixar de vir para casa martirizar-me porque não consegui cumprir o meu plano mental no trabalho;
-Deixar de fazer plano mental para cada dia de trabalho (a grande maioria das vezes sai furado);
-Deixar-me de martirizar quando não consigo fazer o que este ou aquele idoso me pede. Afinal não sou a Madre Teresa de Calcutá e nem tudo o que nos pedem nos compete ou podemos fazer (esta vais ser difícil);
-Não antecipar os problemas, pois a grande maioria das vezes sofremos sem motivo;
-Ser menos pessimista;
-Evitar estar no meio da guerra familiar e querer a todo custo unir a família. Cansa e desgasta ouvir as 2 partes, ou melhor as 3 partes (pais, irmão e cunhada ou melhor ex. cunhada). Cada um tem as suas razões, mas são tão casmurros que só sabem "disparar" uns contra os outros;
-Deixar de pensar que "aquele" pai deveria preocupar-se e querer saber o estado de saúde da filha (esta é a mais difícil de engolir);
-Deixar de fazer planos.
Não será fácil cumprir estas metas, mas sei que para a saúde e para a minha sanidade mental vou ter de o fazer.
Porque ultimamente apenas tenho aqui escrito sobre doença e médicos tinha prometido a mim mesma que só voltaria a falar deste assunto quando os resultados médicos da filhota chegassem. Tinha prometido mas não poderei cumprir. E creio ter motivo mais do que suficiente para estar aborrecida e escrevinhar o que me vai na alma.
Será aceitável ter um hospital a cerca de 6 quilómetros de casa onde fazem a tal Cintigrafia que a minha filha tem para fazer e ter de fazer 160 quilómetros para a poder fazer e usufruir do da credencial?
Fazendo em Coimbra apenas paga 7 euros e fazendo na minha cidade paga 52 euros.
Não estou a ver nenhuma, mas credito que haja uma explicação e que tenha a ver com as parcerias publico privadas, mas não seria normal que os hospitais pudessem fazer os exames médicos pelo mesmo valor?
Claro que tive de fazer contas, pois ao preço do exame em Coimbra terei de juntar a gasolina, mas ainda assim fica bem mais barato. O dia que irei perder posso descontar nas férias. Menos mal…
A ansiedade, a organização e a planificação sempre estiveram presentes na minha vida, embora há uns meses a esta parte tenha melhorado um pouco. Não que eu tenha desistido de organizar e planificar o meu dia-a-dia, mas há bastante tempo que me sinto menos ansiosa quando as coisas não correm como as tinha imaginado.
Mas quando as coisas dizem respeito à saúde já é outra história, ainda mais sendo relacionado com as pessoas que mais amamos.
Há uma semanas fiz um post (http://momentosdisparatados.blogs.sapo.pt/35146.html ) onde dava conta da minha preocupação em relação à saúde da minha filha. Infelizmente a preocupação mantém-se já que os vários exames médicos não ajudaram a saber o que se passa realmente. A dor, embora muito menos intensa ainda continua a apoquenta-la e os valores de algumas análises não estão "normais". A médica acha que não deve ser nada de grave e os novos exames servem de despiste.
Apesar de não ser fácil, quero ter pensamento positivo.
Como se não bastasse este problema, o maridão numa brincadeira lesionou-se e está a fazer fisioterapia.
As férias estão à porta e se este poderia ser um motivo para me deixar relaxada é precisamente o contrário.
Depois de tudo reservado não sei se poderei viajar devido a estes dois problemas.
Agora digam-me se não tenho motivos para andar ansiosa?
Os filhos são um pedaço de nós...dói quando não estão bem e a angústia apodera-se quando não sabemos o que realmente se passa e se esse problema for relacionado com a saúde o coração fica ainda mais apertadinho.
É o que estou a sentir agora...
Quando há uns meses se queixou de dor no pescoço não dei importância, pois tudo indicava ser um torcicolo que passou rapidamente. Estes episódios aconteceram algumas vezes e tal como na primeira vez desapareciam ao outro dia. Preocupada fiquei quando cheguei a casa e a vejo sem poder mexer o pescoço, ainda mais estando inchado.
Fomos às urgências onde a médica diagnosticou um torcicolo. O tratamento foi uma injecção, 8 comprimidos por dia, uma pomada e descanso.
A única coisa que ela não pode cumprir foi na questão do descanso, pois estando a trabalhar como temporária sabia que faltando ao trabalho alguém a iria substituir e perderia o lugar (infelizmente hoje é assim). Acabou por o perder, mas isso é outra história.
Mesmo com o tratamento e com o descanso a dor apesar de menos forte não passou e ainda passou para o ombro e braço. Visto não estar melhor decido marcar consulta na médica de família. Confesso que estava apreensiva quanto a apesar as cadenciais para fazer exames. Actualmente os médicos muitas vezes evitam de criar despesas ao Governo.
Passou RX, ecografias, análises e electrocardiograma. Segundo ela poderá ser inflamação nos ligamentos do pescoço e apesar de lhe dizer que à avó paterna foi-lhe diagnosticado um tumor na tiróide, tranquilizou-me.
Hoje começa os exames médicos e o meu coração continua apertadinho e apesar de tentar não pensar muito no assunto sei que vou andar assim até saber que está tudo bem.