Há cerca de 9 anos estava grávida. Uma gravidez muito desejada depois de vários anos de tentativa.
Recordo-me perfeitamente, como se fosse hoje quando recebi o teste de gravidez.
Telefonei logo ao meu marido e claro como seria de esperar ficou radiante.
Para completar a emoção desse dia, apareceu no meu emprego com a minha filha, acompanhados com um ramo enorme de rosas.
Bem, fui um choradeira...de tanta felicidade.
Ainda nesse dia marquei a consulta para o ginecologista, consulta essa que foi passado uns dias.
Acompanharam-me à consulta o maridão e a filhota...a felicidade era enorme e nunca me passou pela cabeça que algo pudesse estar mal.
Durante a ecografia e devido à demora do médico apercebi-me que havia qualquer coisa...
A ansiedade tomou conta de mim...
Doeu muito, ouvir o médico dizer que não estava a gostar daquilo que estava a ver.
Muitas idas e vindas ao hospital para fazer ecografias para se descobrir o que se passava.
Duas longas semanas se passaram até ao dia em que perdi o bebé.
Achei que tinha ultrapassado este triste acontecimento, mas hoje ao ver o programa da Fátima Lopes revivi tudo novamente.
Dói, dói muito...
Cada um de nós pode vive a dor de de forma diferente e não posso dizer que a minha dor seja mais pequena por ter perdido um filho às 8 semanas, mas acredito que perder um filho no fim da gravidez seja ainda mais difícil de ultrapassar.
As duas convidadas do programa viveram este drama.
Também tomei conhecimento de que dia 6 de Maio vai haver uma iniciativa da associação Projecto Artémis, lançamento de balões dos pais que perderam filhos durante a gravidez.
Talvez tenha coragem em participar, já que a minha cidade vai ser uma das 5 a participarem nesta iniciativa.