O tempo passa tão rápido
que por vezes olhamos para trás pensamos "Tantos anos? Não pode ser!"
A 7 de Maio de 2007
entrei para o curso de Geriatria que durou 18 meses.
Nesses 18 meses além de
aprender imenso, o que contribuiu para ser a boa profissional que sou (tão
modesta que sou), também tive o prazer de conhecer 17 pessoas.
Pessoas com feitios
diferentes, maneiras de estar diferentes, maneiras diferentes de querer
aprender, mas que contribuíram para eu evoluir como pessoa.
Claro que houve pessoas
que me marcaram mais do que outras, mas todas elas foram importantes.
A Alice foi uma das que
mais me marcou e creio que a todas, incluindo formadores. Era com ela que eu ia
e vinha nos transportes públicos, era a ela que dava uns “puxões de
orelhas" (muitos), e foi a ela que apoiei quando sofreu de violência
domestica. Houve alturas que vivia mais a vida dela do que a minha e alturas em
que temi pela sua vida (e pela minha). Uma das muitas situações que me marcaram
foi quando recebeu uma mensagem do Ex. marido a dizer que se ia matar, junto
com o filho menor(estávamos nas aulas). Nem pensei duas vezes, peguei nela e
fomos à polícia. Nunca tinha entrado numa esquadra muito menos para fazer uma
queixa.
Sempre que ouvia
histórias de mulheres que denunciavam os maridos e que diziam que a polícia não
fazia nada, achava que estavam a exagerar.
Naquele dia vivi eu
mesmo essa situação. Estava tão indignada quando o polícia referiu que nada
poderia fazer a não ser registar a queixa
e aguardar que o juiz
mandasse chamar os dois intervenientes, que lhe disse " Não acha que nessa
altura pode ser tarde?"
Segundo ele, só o
poderiam prender se fosse apanhado em flagrante delito. Ora ai estava algo
impossível, já que os actos de violência eram cometidos dentro da sua própria
casa.
Era tão grave a situação
que uma das formadoras propôs ajudar e segundo ela a maneira mais segura era
pegar no filho e ir para um abrigo de mulheres vítimas de violência domestica.
Não aceitou fugir mas
felizmente está viva.
A sua história de vida é
comovente e muito triste...adoraria que a sua vida se transformasse e que fosse
feliz.
Para comemorar o
aniversário da turma vamos fazer um jantar.
E quem ficou incumbida
de o organizar?
Pois, aqui à
"Je".
Não tivesse sido eu a
delegada de turma!
Já sei que vou andar
ansiosa e stressada com a organização, mas o importante é que vamos ter
oportunidade de estarmos juntas para contar as novidades.