Não me recordo de alguma vez aqui ter falado sobre fé,
igreja e Fátima, aliás sempre ouvi dizer que para se evitar discussões não se
deveria falar em religião, mas hoje...
Desde muito nova fui habituada a ir à missa, andei na
catequese, fiz a primeira comunhão e o Crisma...depois com a idade afastei-me.
Comecei a questionar tanta coisa, fazia perguntas à minha
mãe para as quais ela não me dava as respostas que eu gostava, nada do que me
ensinaram fazia sentido...amor, paz, bondade e caridade onde estavam?
Anos sem voltar à igreja, anos sem rezar, anos com as mesmas
dúvidas.
Claro que quando me sentia com os "calos
apertados" lá me lembrava de Deus e pedinchava ajuda.
Passaram anos até encontrar alguém que me fez
pensar...pensar na vida, pensar em algo superior, pensar que é com bondade que
se combate a maldade, pensar que o mundo não é perfeito, mas que o podemos
melhorar.
A minha profissão também me fez melhor pessoa, não que eu
seja perfeita, mas tornou-me mais compreensiva, mais tolerante, mais bondosa e
mais paciente.
Confesso que tenho dias em que estas qualidades parecem que
fugiram.
Nunca tinha ido a um retiro e quando me perguntaram se
poderia ir em trabalho não hesitei.
Os dois dias em Fátima foram passados com emoção e
introspecção.
Já não foi a primeira vez que lá fui, mas desta vez
teve outro significado...vi com "outros olhos", senti de outra forma.
Tocou-me ver tantos jovens de joelhos a pagarem promessas
(será da crise e da falta de trabalho?).
Acredito que para essas pessoas a fé seja enorme...via-se o
sofrimento no rosto. O sol não ajudava nada, aqueceu até perto dos 40º.
Estes dois dias apesar de cansativos valeram a pena.
Ah, e claro que ir com 7 idosos deu lugar a muitas peripécias!