A última semana foi cansativa, muito cansativa, porque isto de ir com 20 e tal idosos de férias é dose, apesar de ter ido com outra colega.
Ainda que todos eles fossem praticamente autónomos o que é certo é que me deixaram de rastos.
A partir das 5 da manhã já havia gente levantada a fazer a higiene. O que quer dizer que por mais que quisesse dormir era impossível. Não havia necessidade, já que o pequeno-almoço era servido às 9 horas, mas eles achavam que era melhor assim.
O mais difícil era organizar os passeios. Uns queriam ficar em casa, outros queriam sair, mas tinham algumas limitações e outros não tinham limitações e queriam sair apenas com os que conseguiam andar sem dificuldades.
Tive de bater o pé em relação a este assunto, não podia permitir que os que andassem com dificuldades tivessem de ficar em casa.
Infelizmente o S. Pedro não foi amigo e mandou-nos frio, chuva e apenas dois dias bons.
Nesta altura do ano a praia da Barra estava praticamente deserta e a grande maioria das lojas fechadas, o que nos obrigava a visitar duas lojas dos chineses e uma das 300 vezes sem conta.
Quando chovia ou fazia frio acabávamos por ficar em casa a jogar. Supostamente seria uma altura de tranquilidade, mas...com eles tudo é imprevisível. Ora reclamavam porque não sabíamos dar as cartas, não sabíamos baralhar, não dávamos sorte, ou então estávamos a torcer por outra pessoa.
Alguns estavam sempre prontos para saírem, fizesse sol, chuva ou frio. Acabávamos de chegar a casa já perguntavam "então agora vamos a onde?"
Parecia que tinham ficado ligados à corrente eléctrica, durante a noite.
E por falar em noite, havia a questão das novelas. As mesmas imparáveis queriam ficar a noite toda a ver as novelas. E nós "mortas “para ir para a cama.
Foram muitas as peripécias e não era de esperar outra coisa, já que eram todos tão diferentes de gostos e feitios.
Aquela que me preocupou mais foi no último dia depois de todas as malas estarem feitas e já colocadas à porta a D. A. diz "desapareceu a minha carteira".
Depois de me ter dito que já tinha revirado a mala de mão e a roupa da cama achei que teria de confirmar, assim tirei toda a tralha para cima da cama e carteira nem sinal. Restava-me ir buscar a mala dela com a roupa e retirar tudo, tudinho. Carteira nem vê-la.
Pela conversa que ia tendo apercebi-me que na sua cabeça havia a ideia que ela tinha sido roubada. Naquele caso e depois de andar de rabo para o ar à procura da dita cuja apenas me restava abrir especialmente as 4 malas que pertenciam às companheiras de quarto.
Felizmente a dita cuja apareceu. Estava num dos muitos compartimentos que a mala tinha e que nem eu nem ela tínhamos dado conta que existia.
Tanto para mim como para a minha colega aquela semana, de férias não teve nada, mas que valeu a pena lá isso valeu. Muitas imagens, muitos momentos e algumas discussões irão ficar na minha cabeça.
Ah, a minha perdição foram os ovos-moles de Aveiro. Duas caixas já foram comidas em apenas dois dias. Impossível resistir!
Aqui a menina acabou de fazer a mala com roupa para uma semaninha.
Como sempre, tive a mesma dificuldade em saber o que ia levar e claro como sempre foi quase toda a roupa metida na mala.
Ah, o sitio para onde vou?
Para Aveiro.
Se vou de ferias?
Não, não vou. Vou apenas em trabalho, acompanhada com com 12 idosos.
Se vai ser fácil?
A ver vamos...daqui a uma semana, conto.