Recuso-me a ficar irritada e estragar o meu horroroso magnifico dia apenas por a médica ter dito na ultima consulta da filhota "este é o ultimo exame que falta fazer para fechar o processo e concluir que é apenas uma tiroidite" e agora diz-me que afinal faltava passar outro. Ora o novo exame é uma cintigrafia óssea ao corpo todo. Eu e a filhota a pensarmos que esta saga dos exames tinha acabado.
Quando foi fazer a cintigrafia à tiróide, optei por pagar 52 euros em vez dos 7.5 euros e assim não tivemos de faltar ao trabalho, nem pagar portagens, nem gasolina e nem tivemos de fazer 160 quilómetros. Parece-me que agora não tenho muita alternativa para evitar fazer os 160 quilómetros, uma vez que este exame custa apenas 95 Euros.
Vou-me irritar com isto?
Nem pensar!
Também poderia ficar irritada, com esta conversa:
-Dr.ª marquei uma consulta num ginecologista particular e gostaria de saber se a Drª passa as credenciais no caso de ele mandar fazer algum exame.
- Pode ir ao médico particular se quiser, mas eu não passo nenhuma credencial. Não estou para roubar o Estado. Tem planeamento familiar que pode usufruir sem pagar.
Esqueceu-se de dizer que demora 3 meses para se conseguir uma consulta (na melhor das hipóteses) e que os médicos que as fazem não são ginecologistas, mas apenas médicos de clinica geral.
Vou-me irritar com isto?
Nem pensar!
Mas se entretanto não começo a ter uma vida para além dos médicos, exames médicos e afins, sou bem capaz de ficar irritada!
Sobre este assunto http://momentosdisparatados.blogs.sapo.pt/35146.html
ando mais descansada, embora a dor ainda não tenha passado totalmente. Os exames médicos foram feitos e apesar de não ser médica acabei por os abrir e ler os relatórios. Aparentemente não é nada de grave e é bem capaz de ser, como a médica tinha suspeitado, uma inflamação nos ligamentos do pescoço.
Com eles no meu poder decidi marcar consulta e embora soubesse que conseguir era uma era uma questão de sorte e de muito stress, nunca imaginei que iria sair de lá capaz de esmurrar alguém.
Cheguei cerca das 7 horas e apesar de ser já a 10 pessoa resolvi ficar, pois poderia haver desistências.
Numa determinada altura chegou uma mulher que perguntou quem era a ultima pessoa, como a última não respondeu (com a barulheira que estava era fácil não ouvir) eu dirigi-me a ela e disse-lhe que estava uma senhora antes dela. A mulher passou o resto do tempo a dizer "não respondem, é como não tivessem cá e eu passo à frente."
Imaginei que iria haver discussão quando chegasse a vez dela e da outra, mas como quando chegou à minha vez já não havia possibilidade da funcionária marcar consulta a coisa acalmou.
Resolvi ficar à espera da médica para lhe pedir se haveria possibilidade de consultar a minha filha, assim como a tal fulana refilona.
Eram cerca das 8.15h, como tal sentei-me na sala de espera que era mesmo ao lado do consultório...supostamente a medica viria próximo das 9 horas. A tal fulana acompanhada pelo filho saiu para a rua. Tinha passado uns 10 minutos quando decidi que devia de esperar a médica à porta do consultório.
Acreditem que me ia dando um fanico quando vejo a tal fulana no meio do corredor a falar com a médica e pior fiquei quando a médica a manda entrar no consultório. Senti os nervos a apoderarem-se de mim...por breves segundos fiquei sem saber se haveria de invadir o consultório ou não. Optei por não o fazer, pois ainda tinha esperança que a médica marcasse consulta.
Olhei para o filho da fulana nojenta (confesso que nojenta era a palavra mais simpática que me passava pela cabeça) e digo-lhe:
-A sua mãe deve de ser uma pessoa correctíssima para passar à minha frente?
Notei o seu constrangimento quando lhe fiz a pergunta e apenas olhou para mim e baixou os olhos. Eu continuei a reclamar, embora num tom calmo e baixo (sabe Deus o esforço que eu estava a fazer):
-Eu jamais faria o que ela fez, sabendo que tinha uma pessoa à minha frente. Uma pessoa honesta chamaria a outra. Realmente, já diz o ditado que o mundo é dos espertos e eu fui burra, muito burra.
Entretanto a fulana nojenta saiu do consultório, assim como a médica e naquela altura embora tivesse vontade de me atirar ao pescoço da nojenta dirigi-me à médica e perguntei-lhe se havia possibilidade de marcar consulta para poder ver os exames da minha filha. A resposta não foi a que eu gostaria e nem me dei ao trabalho de insistir já que na minha cabeça me imaginava a chamar tudo menos santa à fulana nojenta. Saí a correr e no meio da sala de espera, repleta de gente digo-lhe:
-Não tem vergonha de ter passado à minha frente, sabendo que estou aqui desde as 7 horas?
-Vergonha?
-Sim vergonha...eu sabendo que a médica tinha chegado iria chamar a pessoa que estava antes de mim...
-Não tenho de chamar ninguém. Não ficasse sentada e fosse para a porta do consultório como eu fui.
Naquela altura senti que ia perder o controlo e que além de lhe chamar tudo ia atirar-me a ela, apenas quando olhei para as muitas pessoas que estavam a assistir à cena é que consegui evitar o impulso. Por breves segundos consegui visualizar o que iria acontecer se não me controlasse...ainda mais a esquadra da policia é em frente ao posto médico.
Por um lado estou aliviada da coisa não ter descambado, mas por outro lado...custou-me e ainda custa saber que me "passaram a perna"!