Derivado a este assuntohttp://momentosdisparatados.blogs.sapo.pt/5942.html , ontem foi dia de ir ao
cardiologista.
Ainda que esse problema me preocupasse, sabia que não era
essa a razão para me deixar triste, nervosa, ansiosa, impaciente, intolerante e
a chorar por tudo e por nada, tanto que isso já acontecia antes deste episódio.
Não o queria admitir, mas sabia que a maldita depressão
andava por aqui. A médica de família, numa consulta de rotina já me tinha
receitado uns comprimidos para me deixar menos ansiosa e mais tranquila. Achava
que não precisava nada daquela porcaria e apenas os comprei já no último dia de
validade da receita.
Um dia e derivado a uma situação que ocorreu no trabalho
achei que estava na hora de experimentar tal "droga". Realmente a
coisa deixou-me muito mas muito mais calma...parecia que andava nas nuvens.
Claro que meti na cabeça que aquilo era para ser tomado apenas em SOS. Aqui a
menina não quer sair ao papá que só pensa em doenças e medicação.
No dia marcado lá fui ao médico, carregada de todos os
exames que já tinha feito derivado a outras partidas que o coração já me tinha
pregado.
Conversamos, contei o que tinha acontecido, fiz electrocardiograma...desabafei...Nesse
dia estava com as lagrimas à superfície dos olhos.
Segundo ele, o coração, para já não é motivo de preocupação.
Disse-me que há pessoas que têm episódios desses uma vez na vida, outras
durante anos não tem e outras que tem muito frequentemente.
Durante 6 meses vou fazer a medicação para que o coração
trabalhe certinho (esta tinha sido receitada nas urgências) e daqui a 6 meses
quer voltar a ver-me. Se durante esse tempo não houver mais episódios desses
então deixarei esses comprimidos, mas no caso de voltarem teremos de tratar a
coisa de outra forma. Nem quis perguntar de que forma se referia, pois
"cheira-me" que não vá gostar.
Achei eu que a consulta estaria a acabar, quando me diz
" neste momento o seu problema não é o coração, mas sim a sua
depressão".
Segundo ele ao longo da vida vamos aguentando situações e
mais situações até que um dia...deixamos de as aguentar. Deixamos de ser aquela
pessoa forte que embora não fosse-mos insistíamos que eramos...até não dar
mais.
Foi precisamente o que me aconteceu...11 anos de casamento
em que fui completamente anulada com pessoa, o divorcio (embora mais fácil do
que tinha imaginado), o aborto após vários anos a tentar engravidar, a discussão
grave há um ano com o ex. marido, relacionado com mentiras e mexericos (após 14
anos divorciados e a darmo-nos cordialmente), os mexerico, as criticas, as
mentiras, as maldades, as invejas relacionados com o posto de trabalho...
Já não nadava bem, mas quando a I. veio ter comigo a
confrontar-me com algo que eu tinha escrito no livro das ocorrências,
relacionado com a secção onde trabalha, não aguentei...
Não compreendia como é que me vinha falar de uma coisa que
eu já lhe tinha falado pessoalmente, apenas o que escrevi era uma forma para
nos protegermos (tinha a ver com uma familiar de uma idosa), ainda mais já
tinha passado 15 dias.
Doeu saber que alguém foi ter com ela, para mim com o
intuito de criar um conflito entre nós duas. Sim, porque ela não vai ler o
livro das ocorrências.
Segundo ela foi "picada "varias vezes até decidir
vir falar comigo.
Felizmente não abalou a nossa amizade, mas trouxe muito
choro...da parte dela e da minha.
Este foi o último episódio que me fez explodir, nesse dia
estava tão transtornada que disse o que devia e o que não devia e claro como
ali as noticias se espalham rápido no dia seguinte já todos sabiam...incluindo
a directora.
Claro que no meu estado normal jamais reagia assim...acabei
por ter de concordar que precisava de ajuda. E aqui estou eu a ser medicada
para a depressão.
De qualquer forma, não há milagres e eu vou ter de conseguir
desligar o botão quando saio do trabalho (muito difícil) e tenho de conseguir
lidar com a maldade de algumas pessoas.