Se este post que aqui escrevo hoje fosse escrito ontem seria muito diferente.
A situação seria a mesma, mas as palavras sairiam com alguns palavrões.
Nada melhor do que deixar passar o tempo para nos acalmar.
Já aqui disse que por vezes tenho de andar de transportes públicos, pois tenho de emprestar o carro à minha filha.
Apesar de perder algum tempo, a viagem faz-se bem. É curta, os motoristas são simpáticos e prestáveis (em especialmente com as pessoas idosas) o que faz com que a viagem seja agradável.
Este serviço é relativamente novo na minha cidade e é "oferecido" à população através da Câmara Municipal. Quando comecei a utilizar este serviço fiquei agradavelmente surpreendida, pois durante o tempo que andei no curso, utilizei transportes públicos de uma outra empresa conhecida e devo dizer que cheguei muita vez a dizer que o critério de selecção para trabalhar naquela empresa devia de ser: arrogância, antipatia, mau humor e falta de educação.
Foram muitas as situações presenciadas e vividas . Lembro-me de um dia, eu e uma colega termos entrado numa camioneta que achamos que ia para o nosso destino, quando nos apercebemos que afinal ia noutra direcção e pedimos para parar quando pudesse. Nessa altura a minha colega comenta que alguém tinha dito que aquela ia para o nosso destino e que tínhamos mostrado o passe. O motorista achando que ela estava a dizer que tinha sido ele a dar aquela indicação errada diz " estava para parar aqui, mas agora para castigo vão ficar na próxima paragem".
Naquela atura senti-me como uma criancinha que estava a ser castigada. O que é certo é que ficamos onde ele quis.
Pois, ontem aconteceu-me algo parecido e que me fez pensar que há sempre uma "ovelha ranhosa".
Estava a chegar à paragem quando vejo o autocarro, faço-lhe sinal para parar e ele faz-me sinal que não ia parar. Eu nem queria acreditar no que ele me tinha feito. É certo que eu estava no outro lado da estrada e que faltavam passar 3 carros para eu poder atravessar, mas um gesto de bondade ficaria bem, ainda por cima o fulano ia a falar ao telemóvel.
Naquela altura fiquei sem saber o que fazer. Olhei para o relógio e vi que ainda faltavam cerca de 7 minutos para ele sair da rodoviária. Das duas uma, ou ia a correr para apanha-lo ou chegava tarde ao trabalho.
Como não sou dada a exercício físico, cheguei lá quase a morrer.
O dito cujo estava na conversa com os colegas à espera de ser hora para seguir viagem. Dirigi-me a ele e digo-lhe:
-Muito obrigado por não ter parado...
-Eu não sou obrigado a parar quando não está na paragem...
-Até pode não ser obrigado, mas um gesto de boa vontade ficava-lhe bem!
Ainda tentou defender-se, mas virei-lhe as costas, apesar de me apetecer dizer-lhe " O senhor pode não ser obrigado a parar, mas não poderia ir a conduzir e ir a falar ao telemóvel e ia!"
Estava tão enervada que me apeteceu chamar-lhe tudo menos santo...infelizmente o cansaço impediu-me!