A minha assiduidade aqui no estaminé tem sido muito pouca, já para não falar nos blogs por onde gosto de andar. Isto acontece não porque perdi o interesse, mas porque parece-me que o dia deixou de ter 24 horas e passou a ter bem menos. Acredito que o meu sofá tenha saudades minhas, como eu tenho dele e não é que não me deite nele, mas tenho saudades dos momentos diários que passava semi deitada a escrever no blog, a ler ou a desfrutar da companhia dos meus gatos e agora só me deito nele para dormir.
A formação "rouba-me" muito tempo, embora não esteja nada arrependida em tê-la iniciado. Apesar da grande maioria dos temas não ser novidade acabamos sempre por aprender ou relembrar algo. Estava um bocadito ansiosa (como sempre) para receber o teste, pois apesar de não ter corrido mal havia algumas respostas que não estava certa de serem as mais corretas. Afinal, aqui a moça não se portou mal e tirou 19,3 valores. Estou orgulhosa de mim.
Voltando há minha falta de tempo, ontem era dia de abancar no sofá, visto estar de folga. Pois era, mas não foi. De manhã fui ao médico mostrar os exames, incluindo aquele em que achei que ia morrer (endoscopia). Segundo as analises, ecografia e eletrocardiograma estou nova. Já o maldito exame refere inflamação do duodeno. Nada de grave e segundo a médica provavelmente este meu stress diário e constante foi um dos causadores. Seja como for, nada que não se trate, e aqui não me refiro ao stress que isto é coisa impossível de me largar, mas refiro-me à inflamação que será tratada com medicamentos.
Chegada a casa e prontinha para me deliciar com o conforto do meu sofá recebo um telefonema da minha mãe a informar que o meu velhote estava no hospital. Tinha caído de manhã e como não se sentia muito bem resolveu finalmente ir ao hospital. Digo finalmente porque apesar de ter a mania das doenças e ir muita vez ao médico na semana anterior a minha mãe contou-me um episódio que me deixou preocupada. Tinha ficado com dormência e sem força no braço esquerdo e no dia seguinte por breves segundos não conseguia articular as palavras, além da tensão arterial estar elevada. Eu só tive conhecimento dois dias depois e claro ralhei, barafustei e obriguei-o a ir ao médico de família, além de lhe recomendar a ida ao hospital mal tivesse algum dos sintomas. Não posso pegar nele e leva-lo, pois é autónomo e consciente. E pesar dos seus 75 anos faz uma vida completamente normal. Confesso que é muito mais fácil lidar com os utentes do Lar do que com os meus pais.
Quando o mandei ao médico de família achei que o dito cujo lhe iria mandar fazer exames e receitar algo para dilui o sangue. Não sou médica, mas pela experiência que tenho com os utentes do Lar e em conversas com as enfermeiras achei que esse seria o primeiro passo. Enganei-me e apenas lhe disse que se voltasse a acontecer para ir ao hospital.
Quando a minha mãe me telefonou já estavam no hospital e como sabia que eu tinha a consulta apenas me telefonou quando ele já tinha feito exames e aguardava os resultados. A minha vontade era ir para lá, mas a minha mãe disse que a tinham informado que o resultado da TAC demoraria umas horas. Acabei por ir ao curso, embora a cabeça estive fora dali e depois segui para o hospital. Impossível ficar à espera de notícia e ainda mais quando queria ser eu a falar com o médico. "Expulsei" a minha mãe e fiquei eu a acompanha-lo (não nos deixavam estar as duas com ele). Cerca de 1 hora depois é chamado para ter alta e é atendido por um médico atencioso, simpático e prestável. Daqueles que têm coração, como todos deviam de ter.
A TAC não acusou nada e agora tem vários exames para fazer e o tal medicamento para diluir o sangue. Segundo ele, os desequilíbrios poderão ser do ouvido interno. Quanto à dormência e dificuldade em falar provavelmente foi um AIT (ataque isquémico transitório).
Já disse ao meu pai que se o médico não lhe passar os exames pedidos pelo hospital sou eu que lá vou falar com ele.
E assim mais uma vez eu tive saudades do meu sofá e ele certamente teve de mim.