Segunda-feira, 21 de Novembro de 2011

Por vezes só damos conta das injustiças quando as vivemos, ou melhor só damos uma maior importância quando as vivemos.

Hoje falo sobre emprego, desemprego, estabilidade, instabilidade e falta de respeita para com o trabalhador.

A minha filha quando acabou o 12º anos comunicou-nos que não pretendia estudar mais, pelo menos por enquanto. Segundo ela, sentia a necessidade de ganhar dinheiro para comprar algumas coisas, que embora por vezes não necessitasse eram coisas que gostaria de ter.

Começou então a saga de procurar trabalho.

De inicio e porque tinha tirado o curso profissional de Técnico de Contabilidade começou por tentar a sorte em escritórios, mas quando viu os meses a passarem passou a inscrever-se em tudo o que aparecia.

Por vezes era chamada para entrevistas, mas não era seleccionada por falta de experiência.

Muitas vezes ela dizia " Se não me dão trabalho, como é que alguma vez poderei ter experiência?"

Passou quase um ano de procura quando a chamaram a primeira vez através de uma Empresa de trabalho ttemporário.

Apesar de saber que o tempo de permanência na firma era condicionado pelas encomendas que iriam surgir a esperança era muita. Infelizmente 3 semanas depois a empresa de trabalho ttemporário comunica-lhe que no dia seguinte já não iria pois algumas encomendas tinham sido canceladas.

Com ela foram mais 10 pessoas e depois disso mais algumas vieram para casa.

Foi um choque, já que ela estava a gostar do trabalho e do ambiente.

Informaram-na que iriam chamar o grupo, logo que surgissem mais encomendas, mas como era uma incerteza continuou a procurar. 

Tinha passado cerca de 1 mês quando se foi inscrever noutra empresa, desta vez directamente a uma fabrica que nada tinha a ver com Empresas de trabalho ttemporário. Dois dias depois foi chamada para trabalhar e uma semana depois comunicaram-lhe que no dia seguinte já não iria pois estava a substituir uma pessoa que tinha estado de baixa medica.

Desta vez o choque foi maior, pois quando a chamaram não lhe disseram que apenas iria substituir alguém, se assim fosse ela estaria preparada psicologicamente para poder durar pouco.

Hoje em dia as pessoas são descartadas facilmente.

Apesar de ser frustrante o caso dela ainda não é dos mais graves já que não não precisa do dinheiro para sobreviver. O mesmo não poderá dizer as pessoas que têm filhos a cargo ou prestações para cumprir.

Nunca foi possível prever o futuro, mas actualmente o futuro é cada vez mais incerto.

 

 


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publicado por momentosdisparatados às 10:33 | link do post | favorito

De Francisco a 21 de Novembro de 2011 às 17:46
É frustrante verificar como somos fácilmente um objecto descartável no mercado de trabalho. Os tempos que se avizinham também não trazem melhoras, bem pelo contrário. Um jovem ficar pelo 12º ano, hoje, é quase o mesmo que nada. Mesmo o mercado sendo difícil, há várias opções: a via académica mas deverão ver se o curso que pretendem tem viabilidade de mercado ou serão mais um licenciado no desemprego ou, a via profissional e, também esta, deverá ser bem analisada. Tirar cursos só por tirar é apenas uma pura perda de tempo. Depois, vem a fase de integração no mercado de trabalho e, com os tempos actuais, com cada vez menos empresas, há que apostar em outras formas. E, aqui, refiro-me por exemplo, ao empreendedorismo, ao trabalho por conta própria. Aliás, penso que esta forma será a nova vaga possível para os jovens. Uma coisa é certa, seja qual for o caminho que se tome: todo o futuro é incerto. E nós, pais, na sua generalidade, sofremos com a incerteza deles e também, com a nossa própria incerteza. Mas não podemos baixar braços e devemos sempre pensar em como poderemos minorar os problemas tanto mais que, os tempos que se avizinham assemelham-se mais a uma sobrevivência que a uma vida razoável.
Vamos ter esperança e tentar sempre espreitar toda e qualquer oportunidade.
Um abraço


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