Tinha chegado o dia da excursão...não havia nada a fazer,
ainda que me tivesse passado pela cabeça inventar uma doença súbita.
Tinha adormecido a pensar no barco e acordado a pensar no
mesmo.
Confesso que o facto de ter pago 216 euros pelas duas
viagens fazia com que a coragem de desistir fosse ficando cada vez com menos
força
A viagem de autocarro, desta vez num veículo relativamente
novo foi longa. Ou então era da ansiedade de saber como me ia sair.
Ao longo da viagem fomos tirando algumas fotos.
Era evidente que era um país pobre e com uma cultura bem
diferente da nossa.
Ah, e tive a certeza que lá não havia ASAE.
Se assim não fosse jamais poderia existir isto:
Um talho, com a carne pendurada na rua, às moscas e ao pó.
Do lado direito estão vários aninais mortos à espera de serem
desmontados para serem colocados à venda.
Antes de seguirmos para a ilha fomos visitar os Altos de
Chavon, também conhecida pela Cidade dos Artistas.
Um local tão lindo que me fez esquecer o que me esperava.
Apesar do calor abrasador, valeu a pena conhecer.
Finalmente tinha chegado a hora de ver o quanto era forte.
Ao entrar para a lancha o coração batia a mil, ainda pensei
"estás a tempo de desistir", olhava para as pessoas tudo brincava,
tudo ria e eu...assustadíssima.
Ainda antes de arrancarmos perguntei ao nosso guia Pascoal
"isto vai devagar?"
Não gostei da resposta "non...depressa, depressa"
Com a cara assustada com que fiquei, lá me explicou que
aquela lancha era seguríssima e além do mais tínhamos os coletes.
Se não me sentia nada segura antes de arrancarmos depois é
que foi o delas.
Aquilo arrancou em alta velocidade...as lagrimas saltaram.
Achei que não ia aguentar...a velocidade era imensa, a agua a entrar para o
barco, eu a segurar-me e a pensar "mas porque te meteste nisto?"
O maridão e algumas pessoas que sabiam do meu pânico
perguntavam ou faziam sinal se estava bem. Eu tentava sorrir, mas os músculos
da cara estavam rígidos.
Apenas queria sair dali!
Creio que passados cerca de 20 minutos(o que para mim pareceu uma eternidade) chegamos a um local lindíssimo
e finalmente a lancha parou.
Não, não tínhamos chegado ainda à ilha, mas a cor da água
era tão linda que acabei por descontrair e divertir-me.
Estávamos exactamente no meio do mar, com água pela cintura a fazer um brinde e a brincar com as estrelas-do-mar.
Nunca tinha imaginado ser possível viver aquela
experiência...eu a medricas estava ali?
O resto da viagem já foi feita com menos medo e já deu para
usufruir da vista magnífica. Coisa que até ali não tinha sido possível.
Na ilha estava à nossa espera uma bela lagosta, isto para
cada um.
Depois de algumas horas bem passadas tínhamos de fazer o
regresso...desta vez a bordo de um catamaran.
Viagem feita tranquilamente, com muita dança, muita vitamina
T e muita vitamina R.
Traduzindo: muito Rum e muita Tequila!
Felizmente tinha tido a coragem de ter decidido fazer esta
excursão.
Além de ter perdido o medo (quase) de andar de barco, ainda
tinha estado na ilha onde tinha sido gravado o filme "Lagoa azul".
Foi pena não ter encontrado o Leonardo Dicaprio...